Making Off da animação, O barco viking

Making Off da adaptação do conto do O Barco Viking, de Ferréz.

Story board

Ferréz visita o projeto

Dia 27 de junho o autor do conto O Barco Viking, visitou o projeto perifanima para uma palestra para os participantes do projeto. O objetivo era de nos aproximar-mos ao máximo da obra literaria e depois disso partiriamos para o story board. Ao ver a construção dos personagens ficamos sabendo que os personagens eram reais e semellhantes aos contruidos por nós. Sinal que acertamos quase que em cheio (por concidencia) nas caracteristicas dos personagens principais.

Abaixo temos algumas fotos do encontro, que em breve estará aqui em vídeo.

Estudo de personagens

Ferréz
garçom
menino 11 anos

menino de 8 anos






Ferréz
Após vários e vários rascunhos nós chegamos a fechar o estudo de personagens para nossa animação. Esses personagens ainda estão sujeitos a algumas alterçoes mas já estão suficientemente prontos para que possamos animar.

Primeiro passo

Num desenho animado, aonde existam personagens é sempre interessante realizar um estudo antes de sair animando, principalmente quando estamos em um grupo. Como é nosso caso.

Quem está acostumado com desenhos de história em quadrinhos, normalmente deixa seus desenhos cheios de detalhes e sombras, na animação os detalhes e uso de hachuras podem dificultar em muito o processo de colocar um desenho em movimento.

O primeiro passo é pensar na personalidade de cada persongem e começar a construção das roupas e objetos que pertençam a ele e ao seu universo.

O segundo passo, principalmente quando se constrói um animação em grupo é tentar chegar a um traço bem parecido para todos os persongens e que todos da sua equipe consigam fazer.


Nos próximo posts vamos deixar a mostra os rascunhos e como chegamos em cada um dos persongens.

O barco Viking

Quando Alberto Saraiva criou a rede Habib’s, certamente não imaginaria a cena. Dois meninos, 9 e 11 anos. Moradores do mesmo bairro onde está instalada a loja de comida árabe mais famosa do mundo. Os brinquedos lá fora são atrativos, divertem os filhos dos clientes, que pagam pouco mais de cinqüenta centavos por esfiha, entre eles está um escritor e sua esposa. Os dois meninos olham os brinquedos. Ficaram na fila, mas a funcionária não os deixou embarcarem no barco viking. Ficam presos a sua realidade. O cigarro talvez, o baseado não, cuidar de carro talvez, roubar não. O pai de um é pernambucano – filho meu se aprontar eu quebro no pau – o pai de outro é mineiro – sempre dei bom exemplo pra esse minino, se virá coisa ruim num é culpa minha. A funcionária que também é do bairro, não exita, separa da fila. Cara de maloqueiro? Talvez foi isso que os barrou na fila. Mas a desculpa é padrão. - Desculpe meninos, mas é só para quem está consumindo. Consumir. Consumir. Consumir. Eles me vêem, - e ai! Tudo bem. São da minha vila. Chamo pra minha mesa. -quer algo? Não. - pede ai uma esfiha, um refri. Os dois abaixam a cabeça. Não. Então quando levantam a cabeça, percebo o olhar. O barco viking. - já, sei....garçom...faz favor. - sim, senhor. - leva eles ai no barco, eles querem brincar. O garçom os acompanha, com um grande sorriso no rosto. Consumir. Consumir. Consumir. Alguns minutos e olho eles no barco, um cutuca o outro. - chapado...que louco. Lembrei de quando era pequeno, fui numa excursão da escola para o playcenter, um amigo meu deu um soco num cara vestido de mickey, quando a diretora veio lhe chamar a atenção, ele gritou. - era um cara, porra, é apenas um cara vestido de mickey. É garoto, eles sempre mentem pra nós, eu pensei, assim como tudo nessa vida, política, escândalos, carros, cerveja, sexo, um grande elo, não devia ser assim. Mas as crianças no barco vicking não filosofam, elas apenas sorriem, e cutucam uma a outra. - que louco, puta que pariu, que chapado. Eu consumi, paguei, fingi que estava feliz, era sábado né, dia de trabalhador curtir com a esposa, estampei um sorriso padrão na cara, dei tchau pros meninos, furamos o sistema, eles estão no barco ainda. Pra sempre. Depois talvez a rua, a rua cria, a vida determina. Ferréz é autor de Capão Pecado, Manual prático do ódio e Amanhecer Esmeralda (editora objetiva) e recentemente organizou o livro literatura marginal (editora Agir). Textos inéditos e noticias: www.ferrez.blogspot.com

Personagem menino de 9 anos